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O envelhecimento: carência de sociabilidades

  • Fátima Garcia
  • 21 de jun. de 2016
  • 3 min de leitura

É sabido, que as cidades de hoje atraem, agrupam e concentram uma população progressivamente envelhecida, prevendo-se que 60% da população mundial viverá nas cidades até 2030. Mesmo os países desenvolvidos, ainda tentam adaptar-se às alterações advindas do envelhecimento da população em sociedades cada vez mais urbanas, onde o papel da pessoa idosa é desvalorizado pela perda de potencialidades e produtividade, representando um encargo social. Atentando no binómio cidade/envelhecimento e olhando compreensivamente a inclusão social das pessoas idosas num novo sentido de cuidados a prestar-lhes, reforça-se a importância da sua inserção na comunidade proporcionando-lhes condições optimizadoras das suas capacidades individuais e manutenção de uma qualidade de vida saudável (Santinha e Marques, 2013).


Galante (2013), enuncia os avanços da medicina, a prestação de cuidados de saúde familiar, a emancipação feminina, as migrações e o êxodo, fatores inspiradores do envelhecimento demográfico urbano. E, embora a longevidade humana por si só não seja um problema, identificam-se indicadores condicionantes do envelhecimento (declínio de saúde, desaparecimento de familiares, desaparecimento de pares, ausência de relações sociais, dificuldades de gestão económica, etc.).


Adicionado à velhice, surgiu ainda o fenómeno da solidão e a questão do viver só, também fenómenos das sociedades contemporâneas. Viver só não significa solidão, são as transformações estruturais na família, o enfraquecimento das redes de solidariedade e vizinhança, o decréscimo de vínculos sociais e afetivos, bem como perdas na trajetória de vida, as causas de isolamento social, promotoras de sentimentos de solidão. Isto porque, as redes de solidariedade e vizinhança se atualizaram em comportamentos individualizados, anónimos e isolados, em oposição aos espaços de lazer que rompem o isolamento e possibilitam a criação ou retoma de laços de amizade e proximidade social (Galante, 2013). Como explica Pais (2006:353), “A solidão pode viver-se quando se está com outros irrelevantes: num centro comercial, num lar de idosos, numa taberna, ou até mesmo em família. Pode sentir-se maior desamparo no meio da multidão do que em estado solitário. O estar só – mesmo que acompanhado – não implica necessariamente que se viva em solidão. Esta não se encontra dependente da presença ou ausência física de outros, mas do tipo de relacionamento que se tem ou não com esses outros e, sobretudo, com um estado de ânimo interior, subjetivo, emocional”.


Santinha e Marques (2013), identicamente ao já exposto, associam a velhice a conceitos de perda, (papel profissional e alterações na estrutura familiar e comunitária), numa etapa da vida, onde os indivíduos são mais vulneráveis, expostos a situações de pobreza e outras fragilidades. No sentido de contrariar estes atributos menos positivos, em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS), criou o conceito de Envelhecimento Ativo, apelando à participação dos idosos nas questões sociais, económicas e culturais, espirituais e civis, otimizando oportunidades para a saúde, participação e segurança e aumentando a qualidade de vida durante o envelhecimento. Este envelhecimento ativo, é também explicado por Ferreira (et. al, 2010), como um equilíbrio biopsicossocial e plenitude do ser humano incluído no contexto social; mesmo idoso, o indivíduo é capaz e tem potencial, enquanto que, Beltran e Gómez (2013), salientam que, os idosos devem desenvolver todas as suas capacidades e habilidades para um envelhecimento de sucesso, com saúde e excelente estado físico e mental, para plena integração nas redes de proximidade. Desta forma, como contributo, são necessárias estratégias de promoção à coesão e solidariedade entre os indivíduos nas distintas etapas da vida, implantando uma cultura de solidariedade mútua.


Bibliografia


Beltrán, Alicia Judith, e Adalver Rivas Gómez (2013), "Intergeneracionalidad y multigeneralidad en el envejecimiento y la vejez.“, Tabula Rasa, (online), 18: 277-294, acedido em 31-03-2016, disponível em: http://www.scielo.org.co/pdf/tara/n18/n18a14.pdf


Ferreira, Olívia et. al (2010), "Active aging from the perspective of aged individuals who are functionally independent.“, Revista da Escola de Enfermagem da USP, (online), 44(4):1065-1069, acedido em 31-03-2016, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n4/en_30.pdf

Galante, Marisa Cristina S. (2013), Envelhecimento e sociabilidades nos espaços da cidade: modos de romper a solidão, Dissertação de Mestrado em Gerontologia Social, Lisboa, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, (online), acedido em 31-03-2016, disponível em: http://recil.grupolusofona.pt/handle/10437/5396


Pais, José M. (2006), Nos Rastos da Solidão – Deambulações Sociológicas, Porto, Âmbar


Santinha, Gonçalo e Sara Marques (2013), "Rethinking ageing in the political agenda of cities: the importance of promoting pedestrian mobility.“, Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, (online), 16.2:393-400, acedido em 31-03-2016, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n2/19.pdf



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